11 de novembro de 2008

Manuel Maria Barbosa du Bocage


Às águas e às areias deste rio
Às flores e aos Favónios deste prado
Meus danos conto,minhas mágoas fio
Dou queixas contra Ismene, Amor e o Fado.
A paz do coração posta em desvio,
O gosto em desenganos sufocado,
Lágrimas com lembranças desafio,
E pela tarde a Morte às vezes brado.
Tão maviosos são meus ais mesquinhos,
Tanto pode a paixão que em mim suspira,
Que se esquecem das mães os cordeirinhos.
O vento não se mexe ,nem respira;
Deixam de namorar-se os passarinhos,
Para me ouvir chorar o som da lira.
Bocage

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay