
A pesca na zona da Costa do Norte, em Sines, onde foi capturado peixe considerado impróprio para consumo humano, está interditada até dia 13 deste mês, disse hoje à Agência Lusa o capitão do Porto de Sines.
De acordo com o comandante da Polícia Marítima e da Capitania de Sines, Félix Marques, surgiram reclamações de alguns consumidores relativas a pescado, especialmente carapaus e cavalas, com “forte odor” e “mau sabor”, que as autoridades relacionaram com uma mancha de poluição detetada, na semana passada, na zona do emissário da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Ribeira de Moinhos.
Essa mancha, de “coloração escura e forte odor a hidrocarbonetos”, foi detetada na sequência de uma ação de fiscalização da Capitania, junto à praia, na zona da rebentação das ondas, no dia 26 de abril.
Contudo, o foco de poluição “não era muito elevado” e “dissipou-se passados dois ou três dias”, esclareceu Félix Marques.
No início desta semana, com as queixas recebidas em relação ao peixe, os serviços da autoridade de saúde e veterinária local começaram a realizar alguns testes a espécimes capturados na zona afetada, mas só na quinta-feira é que foram detetados exemplares contaminados, impróprios para consumo humano.
Como “medida de proteção”, foi decretada a interdição da captura de peixe na Costa do Norte até às 08:00 do dia 13 de maio.
A Capitania aguarda, até o final da próxima semana, por parte do Instituto Hidrográfico, o resultado das análises à água do mar recolhida junto ao foco de poluição, bem como a uma amostra das descargas da ETAR na altura em que a mancha foi detetada, para que seja feita uma confrontação e eventual identificação do material poluente.
Para Félix Marques, é “prematuro” dizer que o foco de poluição foi proveniente da ETAR, dado que, “por vezes, injustificadamente, há lavagens de tanques de navios ao largo da costa”, sendo que, neste caso, “não é possível identificar positivamente a fonte poluidora”.
Durante a próxima semana, as autoridades continuarão a monitorizar a qualidade da água e do peixe capturado na Costa do Norte, para que, com o resultado das análises, possam decidir o levantamento da interdição de pescar ou o seu prolongamento.
in destak.pt