11 de setembro de 2006

O Homem e as aves (c)

Personalidades que estudaram sobre as aves e os seus efeitos.


Leonardo da Vinci - Studies of bird-flight
Place: Biblioteca Reale, Turin
Facsimile (Giunti, Florence 1976); ca. 1505; 21x15 cm
This codex was originally composed of 18 leaves, but only 17 remain today.
The analysis of the flight of birds involves here the application of rigorous mechanical methods. The function of the wing is compared to the wedge, that of the tail to the rudder, while the laws of equilibrium account for the way in which the bird-machine balances in the air. Leonardo also studied air-resistance, currents and winds.
fols. 6v-7r: Studies of the joints of a mechanical wing.
Studies of the equilibrium of bodies on the balance
Reflections on heaviness and studies of the balance
Notes and drawings of mechanics
Studies of bird-flight
Model of wing with only one brace
Studies of the air-compression produced by wing-beats
Studies of the mechanics of bird-flight
Mechanism of the articulation of wings
Plan for the villa of the governor of Milan, Charles d'Amboise
Barriers to water-flow. Below: drawings of gearing-mechanisms
Studies of the centre of gravity of the flying bird. In the centre: a drawing of a leaf in red chalk
Sketches of articulated mechanical wings with double or single brace
Studies of the way in which the bird directs itself in flight depending on the wind

Detail of the articulation of an artificial wing
Studies on the centre of gravity of a flying
o site
http://www.imss.fi.it/index.html

Portugal

A vontade de voar do homem desde muito cedo passou também pela mente de portugueses. Neste particular, há a destacar a audácia, que para a época (século XVI) teve de ser forçosamente suicida, de mestre João Torto.
João Almeida Torto era enfermeiro do hospital de Sto. António em Viseu, sendo também barbeiro com carta de sangrador, astrólogo e mestre de primeiras letras, sendo um personagem tão fanfarrão como audacioso. Anunciou publicamente que, a 20 de Junho de 1540, iria voar com asas da Torre da Sé ao campo de S. Mateus. As asas eram de pano forte e duplo, duas de cada lado, sendo mais pequenas as asas inferiores, assemelhando-se às das aves. Estas duas asas estavam ligadas por três argolas de ferro, enchumaçadas com trapos, e era através delas que mestre Torto introduzia os braços. Além disso, o mecanismo estava ligado na parte superior por duas dobradiças de ferro e na parte inferior por um cinto de cabedal. Os sapatos eram de solas tríplices, com estrutura amortecedora, levando ainda um barrete em feitio de cabeça de pássaro.
A vontade de voar do homem desde muito cedo passou também pela mente de portugueses. Neste particular, há a destacar a audácia, que para a época (século XVI) teve de ser forçosamente suicida, de mestre João Torto.
João Almeida Torto era enfermeiro do hospital de Sto. António em Viseu, sendo também barbeiro com carta de sangrador, astrólogo e mestre de primeiras letras, sendo um personagem tão fanfarrão como audacioso. Anunciou publicamente que, a 20 de Junho de 1540, iria voar com asas da Torre da Sé ao campo de S. Mateus. As asas eram de pano forte e duplo, duas de cada lado, sendo mais pequenas as asas inferiores, assemelhando-se às das aves. Estas duas asas estavam ligadas por três argolas de ferro, enchumaçadas com trapos, e era através delas que mestre Torto introduzia os braços. Além disso, o mecanismo estava ligado na parte superior por duas dobradiças de ferro e na parte inferior por um cinto de cabedal. Os sapatos eram de solas tríplices, com estrutura amortecedora, levando ainda um barrete em feitio de cabeça de pássaro.
No dia aprazado, era grande a assistência. João Torto subiu à torre da Sé, içou o seu aparelho com a ajuda de uma corda e de lá se lançou. O voo correu bem até determinado ponto, mas, extemporaneamente, uma das asas deixou de funcionar e o barrete caiu-lhe sobre os olhos. Descreveu um arco descendente, caindo em pé na capela de S.Luís, mas logo dali caiu, ficando inanimado sobre as asas, em muito mau estado. Voltou a si duas horas depois, mas faleceu logo após. Não era ainda por esta via que o homem conquistaria o ar.




O padre, jesuíta, Bartolomeu de Gusmão

Bartolomeu Gusmão foi, provavelmente, o maior precursor mundial da história da aerostação, ficando célebre, através dos tempos, pela "Passarola". Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nasceu em 1685 em Santos, perto de S.Paulo, no Brasil, que era então parte integrante da coroa portuguesa. Desde muito novo, a carreira eclesiástica ficou traçada como o destino da sua vida. Bartolomeu de Gusmão fez os primeiros estudos na sua terra natal, tendo seguido posteriormente para o seminário jesuíta da Baía. Aí, mostrou desde logo a sua aptidão e interesse pelo estudo da Física, bem como a sua clarividente inteligência nessa matéria. Mas não se ficou pelo interesse teórico. Deu provas de um enorme espírito inventivo quando resolveu o problema de elevação de água a 100 m de altura, no convento onde se encontrava, tendo concebido uma máquina para o efeito, de que posteriormente teve alvará. Concluídos os estudos secundários, embarcou para a metrópole, em 1705, e vindo a matricular-se na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra em 1708. Aí, desenvolveu notavelmente os seus estudos de Física e Matemática que desde a adolescência tanto o tinham interessado. Consta que ao observar uma pequena bola de sabão pairando no ar, se inspirou para a concepção de um balão. De qualquer forma, logo em 1708 trabalha afincadamente no projecto de um engenho "mais-leve-que-o-ar", em detrimento de tudo o resto. Entrega então a D.João V a petição de privilégio sobre o seu "instrumento de andar pelo ar", que lhe é concedida por alvará, em 19 de Abril de 1709. Conjuntamente com o alvará, D. João V decidiu concorrer para os gastos da construção do aparelho, bem como lhe deu a mercê de Lente de Prima de Matemática na Universidade de Coimbra, com um rendimento vitalício substancial. Era o que Bartolomeu de Gusmão precisava para se dedicar inteiramente ao seu projecto, como na realidade o fez, na quinta do duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira. As fontes da época revelam a utilização de muito arame na construção (o balão de Gusmão não era um simples balão de papel de feira) bem como a realização de várias experiências com balões de papel até se chegar à experiência definitiva que a história registou.


No dia 8 de Agosto de 1709, na sala dos embaixadores da Casa da Índia, diante de D. João V, da Rainha, do Núncio Apostólico, Cardeal Conti (depois papa Inocêncio XIII), do Corpo Diplomático e demais membros da corte, Gusmão fez elevar a uns 4 metros de altura um pequeno balão de papel pardo grosso, cheio de ar quente, produzido pelo " fogo material contido numa tigela de barro incrustada na base de um tabuleiro de madeira encerada". Com receio que pegasse fogo aos cortinados, dois criados destruíram o balão, mas a experiência tinha sido coroada de êxito e impressionado vivamente a Coroa.
As experiências sucederam-se com balões de muito maior envergadura e, finalmente, embora não haja provas irrefutáveis sobre o facto, consta que um balão, enorme, provavelmente voado pelo próprio Gusmão, foi lançado na praça de armas do castelo de S. Jorge e depois de percorrer 1 km veio a cair no Terreiro do Paço.
Após esta experiência, por razões inexplicadas, começa uma outra vida de Bartolomeu de Gusmão. Excepcionalmente douto, versado em filologia e falando fluentemente outras línguas, vão abundar os seus trabalhos literários(sem esquecer os trabalhos de cariz científico), bem como se tornaram notados os seus sermões. É feito Fidalgo-Capelão da Casa Real, em 1722. Contudo, as intrigas da corte fá-lo-iam cair em desgraça, tendo-lhe valido os jesuítas quando a Inquisição já o perseguia. Levam-no para Espanha, em 1724, onde morre indigente e com nome falso, no hospital da Misericórdia de Toledo, a 19 de Novembro.
in http://www.emfa.pt/www/po/musar


Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança, foi o penúltimo rei de Portugal.
Carlos foi ainda um amante da fotografia e autor do espólio fotográfico da família real. Foi ainda um pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como Carlos Fernando. a escolha do tema reflectia outra das suas paixões, a ornitologia.

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay