11 de agosto de 2007

Ozono




Serra do Alvão, Vila Real, registou este ano 12 horas de concentração de ozono superior ao habitual, valor muito inferior ao de anos anteriores e que se poderá explicar pela redução dos incêndios, disse fonte da CCDR-Norte.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) disse à Agência Lusa que as concentrações de ozono acima de 180 microgramas por metro cúbico de ar (mg/m3) obrigam a uma informação ao público.
Esta obrigatoriedade existe porque, a partir daquele limite, o ozono pode provocar efeitos na saúde humana, mesmo em caso de exposição de curta duração.

Na estação de monitorização de Lamas d´Olo, em plena serra do Alvão, em Vila Real, ocorreram, até 08 de Agosto de 2005, 75 horas com valores de concentração de ozono superiores a 180 mg/m3 correspondente ao limiar de informação ao público.
No mesmo período de 2006 foram verificadas 46 horas de ultrapassagens, enquanto, no decorrer deste ano, ocorreram apenas 12 horas de ultrapassagens.
No ano passado as situações de ultrapassagem dos limiares de informação ao público começaram a 26 de Abril e terminaram a 9 de Setembro, enquanto, este ano, essas situações tiveram início apenas em 12 de Julho.
Paulo Gomes, vice-presidente da CCDRN, referiu que a diminuição das concentrações de ozono são uma consequência das condições atmosféricas «mais favoráveis», ou seja, menos picos de calor, que se verificaram no ano passado e ainda com mais intensidade no ano corrente.
Resulta ainda, segundo o responsável, da redução do número de incêndios florestais.
O centro de Coordenação Distrital de Operações de Socorro de Vila Real referiu que, entre 01 de Janeiro e 31 de Julho de 2006, foram registadas 262 ocorrências de incêndios que resultaram em 202 hectares de área ardida.
Em igual período deste ano os bombeiros contabilizaram 611 ocorrências com 973 hectares de área ardida, ou seja, aproximadamente três vezes menos incêndios e cinco vezes menos área ardida do que no ano anterior.

Quando as concentrações de ozono ultrapassam os 240 mg/m3 as autoridades ambientais têm de lançar um alerta ao público.

O ozono é um poderoso oxidante, que pode provocar dificuldades respiratórias e irritações nos olhos, nariz e garganta, particularmente em grupos sensíveis como idosos, crianças ou asmáticos, e é apontado como um dos maiores responsáveis por perdas agrícolas e danos na vegetação.
Investigadores de cinco instituições de Ensino Superior iniciaram no ano passado uma campanha para estudar o motivo porque a serra do Alvão, zona sem fábricas e com pouco trânsito, regista frequentemente níveis elevados de ozono.
O projecto de investigação denominado «Poluição atmosférica fotoquímica no Nordeste Transmontano: origem, transporte e poluição» junta cerca de três dezenas de investigadores e estudantes das universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real), Aveiro, Nova (Lisboa), Fernando Pessoa (Porto) e Instituto Politécnico de Bragança.
A concentração de ozono no ar pode ocorrer quando há muito calor, sobretudo associado a outros factores, como o trânsito, ou outras fontes de poluição atmosférica, como os incêndios.
Na zona da Serra do Alvão não há indústrias, os índices de tráfego são reduzidos e há pouca poluição atmosférica.
Apesar das inúmeras tentativas efectuadas pela Lusa para saber se já existem conclusões deste estudo, a coordenadora do projecto, Margarida Correia Marques, professora da UTAD, mostrou-se indisponível para falar.
No entanto, Paulo Gomes admitiu que casos como o da estação de Lamas de O´lo poderão ser também influenciados por partículas poluentes provenientes do Norte e Noroeste de Espanha.
Diário Digital / Lusa
10-08-2007 12:13:00

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay