
Grupo coral Cramol edita este mês o álbum «Vozes de nós»

O grupo coral feminino Cramol edita este mês o álbum «Vozes de nós», que recupera temas do cancioneiro tradicional português cuja origem se perde no tempo e em que a mulher é a figura central.
Este é o segundo álbum das Cramol, que surgiram em 1979, e apresenta 46 canções oriundas de várias regiões do país, a maioria do norte de Portugal, e muitas delas são agora registadas pela primeira vez em CD.
São canções tradicionais e populares que eram cantadas na lavoura e em casa, são canções de embalar, religiosas ou que acompanhavam o quotidiano das mulheres do campo e que as Cramol tentaram interpretar o mais próximo do original.
«A ideia das Cramol foi sempre essa, de remeter para o original, de procurar uma sonoridade que se aproxime daquilo que nós somos», disse à agência Lusa Margarida Antunes, uma das cantoras do grupo.
«O país é pequeno, mas extremamente diversificado na paisagem e a música acompanha essas diferenças», disse a cantora.
É por isso que algumas das canções, como as de campo, obrigaram a um esforço físico maior por parte das intérpretes, a maioria a viver na cidade.
«Foi preciso deitarmos abaixo algumas barreiras, porque as mulheres que trabalhavam no campo tinham que projectar mais a voz e por isso às vezes parece que a nossa voz está mais, digamos, esganiçada», explicou Margarida Antunes.
Quando se procura este tipo de registo vocal, «há quase que uma transformação interior» e descobre-se sempre uma memória daquilo que é a tradição portuguesa, sublinhou a cantora.
«Quando conseguimos chegar àquele ponto que achamos que é próximo do original, é um arrepio total», comenta Margarida Antunes.
As 16 mulheres que integram hoje as Cramol cantam sobretudo temas polifónicos de regiões como a Beira Alta, Minho e Trás-os-Montes, mas também repertório do cancioneiro regional de Lafões e de Arouca.
Muitos dos temas aqui recuperados em «Vozes de nós» partem de recolhas feitas por Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça.
O primeiro disco apresenta 33 temas, ao qual as Cramol juntaram um disco bónus apenas com temas religiosos e de embalar, por estarmos próximos do Natal, abrangendo o ciclo da vida e o da religião.
«O que é interessante neste álbum é o repertório que é riquíssimo e revela que a mulher teve sempre um papel preponderante em tudo, esteve sempre presente em tudo, no trabalho do campo, no trabalho em casa, com os filhos», recorda Margarida Antunes.
Em quase trinta anos de vida, este é apenas o segundo registo das Cramol, porque «gravar nunca foi uma prioridade», no entanto muitos dos temas que o integram tem sido cantados ao vivo pelo grupo há mais de vinte anos.
As Cramol, que já chegaram a ter 22 elementos - ou «cramolesas», como diz Margarida Antunes - surgiram em Oeiras, no âmbito da associação cultural Biblioteca Operária Oeirense, fundada em 1933.
São um grupo amador cuja média de idade ronda os 50 anos e integra professoras, médicas ou bancárias que cantam à capella.
Gravaram um primeiro álbum, homónimo, em 1996, seguindo-se este «Vozes de nós», 11 anos depois, com edição própria e distribuição da Ocarina.
Segundo Margarida Antunes, não será preciso esperar outros 11 anos para editar o novo álbum, até porque o próximo registo já está praticamente estruturado e deverá sair dentro de dois anos.
Este é o segundo álbum das Cramol, que surgiram em 1979, e apresenta 46 canções oriundas de várias regiões do país, a maioria do norte de Portugal, e muitas delas são agora registadas pela primeira vez em CD.
São canções tradicionais e populares que eram cantadas na lavoura e em casa, são canções de embalar, religiosas ou que acompanhavam o quotidiano das mulheres do campo e que as Cramol tentaram interpretar o mais próximo do original.
«A ideia das Cramol foi sempre essa, de remeter para o original, de procurar uma sonoridade que se aproxime daquilo que nós somos», disse à agência Lusa Margarida Antunes, uma das cantoras do grupo.
«O país é pequeno, mas extremamente diversificado na paisagem e a música acompanha essas diferenças», disse a cantora.
É por isso que algumas das canções, como as de campo, obrigaram a um esforço físico maior por parte das intérpretes, a maioria a viver na cidade.
«Foi preciso deitarmos abaixo algumas barreiras, porque as mulheres que trabalhavam no campo tinham que projectar mais a voz e por isso às vezes parece que a nossa voz está mais, digamos, esganiçada», explicou Margarida Antunes.
Quando se procura este tipo de registo vocal, «há quase que uma transformação interior» e descobre-se sempre uma memória daquilo que é a tradição portuguesa, sublinhou a cantora.
«Quando conseguimos chegar àquele ponto que achamos que é próximo do original, é um arrepio total», comenta Margarida Antunes.
As 16 mulheres que integram hoje as Cramol cantam sobretudo temas polifónicos de regiões como a Beira Alta, Minho e Trás-os-Montes, mas também repertório do cancioneiro regional de Lafões e de Arouca.
Muitos dos temas aqui recuperados em «Vozes de nós» partem de recolhas feitas por Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça.
O primeiro disco apresenta 33 temas, ao qual as Cramol juntaram um disco bónus apenas com temas religiosos e de embalar, por estarmos próximos do Natal, abrangendo o ciclo da vida e o da religião.
«O que é interessante neste álbum é o repertório que é riquíssimo e revela que a mulher teve sempre um papel preponderante em tudo, esteve sempre presente em tudo, no trabalho do campo, no trabalho em casa, com os filhos», recorda Margarida Antunes.
Em quase trinta anos de vida, este é apenas o segundo registo das Cramol, porque «gravar nunca foi uma prioridade», no entanto muitos dos temas que o integram tem sido cantados ao vivo pelo grupo há mais de vinte anos.
As Cramol, que já chegaram a ter 22 elementos - ou «cramolesas», como diz Margarida Antunes - surgiram em Oeiras, no âmbito da associação cultural Biblioteca Operária Oeirense, fundada em 1933.
São um grupo amador cuja média de idade ronda os 50 anos e integra professoras, médicas ou bancárias que cantam à capella.
Gravaram um primeiro álbum, homónimo, em 1996, seguindo-se este «Vozes de nós», 11 anos depois, com edição própria e distribuição da Ocarina.
Segundo Margarida Antunes, não será preciso esperar outros 11 anos para editar o novo álbum, até porque o próximo registo já está praticamente estruturado e deverá sair dentro de dois anos.
«Vozes de nós», que conta com produção e direcção musical de Eduardo Paes Mamede, foi gravado este ano no Lagar de Azeite, em Oeiras, o mesmo local onde será oficialmente apresentado, na quarta-feira.
Diário Digital / Lusa
11-12-2007 10:25:00
Diário Digital / Lusa
11-12-2007 10:25:00