24 de janeiro de 2008

Gala evoca Grupo de Instrumentos de Sopro de Coimbra

O Grupo de Instrumentos de Sopro de Coimbra (GISC) assinala sábado o seu 25º aniversário com uma gala internacional no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), na cidade onde nasceu e deu o seu primeiro espectáculo.


Esta orquestra, que inicialmente se apresentava com oito ou nove elementos, vai actuar sábado com uma formação onde estarão simultaneamente em palco seis dezenas de associados activos, adiantou à agência Lusa o seu director artístico, Adelino Martins.


Associação Ornitológica de Coimbra


Nesse concerto, em que actuam ainda os portugueses Dixie Gringos Jazzland, o Sax Ensemble de Coimbra e a venezuelana Orquestra Juvenil Barquisimetal, o GISC vai apresentar um reportório composto por obras de Alfred Reed, Camille Saint-Saens, Joaquin Hans Rinhow, Percy Fletcher, Johann Strauss e o conhecido tema «Abril em Portugal/Coimbra é uma lição», de Raul Ferrão, na versão de Agostinho Caineta.


A Gala evoca a fundação do Grupo de Instrumentos de Sopro de Coimbra, que teve a sua primeira actuação a 11 de Dezembro de 1982 no programa cultural do «Natal Desportivíssimo», que na altura a Câmara Municipal de Coimbra promovia.
Segundo contou à agência Lusa Adelino Martins, a formação do grupo coincidiu com o fim de uma experiência pedagógica que durante três anos dinamizou no Conservatório Regional de Coimbra, para ser transposta para outras escolas, e que era apoiada pela APEM - Associação Portuguesa de Educação Musical, presidida por Madalena Perdigão, mulher do então presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Azeredo Perdigão.


O projecto pedagógico consistiu em ir recrutar aos grupos populares, às filarmónicas, jovens mais dotados para a música, e dar-lhes formação no Conservatório Regional de Coimbra, uma escola privada, comprometendo-se a APEM a ajudar a custear a sua aprendizagem através de bolsas.
«A experiência durou três anos. Acabou a fonte e pensei: vamos dar continuidade a isto. Agarrei em 8 ou 9 elementos e começámos a fazer umas actuações», disse o director artístico, adiantando que o grupo teve a sua «prova de fogo» uns dias depois, a 18 de Dezembro, numa actuação no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian.


Desde então o grupo não parou de crescer, de se desafiar a outros patamares artísticos, realizando 20 a 25 concertos por ano em vários pontos de Portugal e por países como Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Itália, Hungria, Polónia ou Rússia.
Em 1985, quando o Grupo de Instrumentos de Sopro já tinha 20 elementos, apresentou-se ao prestigiado Festival Europeu de Música para a Juventude, em Neerpelt (Bélgica), certame com mais de meio século de existência, e arrebatou o segundo prémio, conquistando o principal galardão em 1987 e 1991.


Em 2001 editou o seu primeiro trabalho discográfico, intitulado «Prólogo». Gravado em 2002, lançou o segundo CD, denominado «RefleXXos», para assinalar o XX aniversário de actividade.
O reportório deste grupo é multifacetado, indo do Barroco ao contemporâneo, de Bach, Haendel, Ravel, Debussy, Schubert, Mozart, Tchaikovsky, Borodine, ou ainda dos portugueses Carlos Seixas, Marcos Portugal, Luís de Freitas Branco, Lopes Graça, António Vitorino de Almeida e José Firmino.


Sábado, no decorrer da Gala no Teatro Académico de Gil Vicente, o Grupo de Instrumentos de Sopro irá receber a medalha de mérito cultural do município de Coimbra, pelos serviços prestados, que na perspectiva de Adelino Martins poderão ganhar outra dimensão quando puder dispor de uma sede, onde possa ensinar música.
Diário Digital / Lusa
24-01-2008 12:50:14

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay