19 de março de 2008

Guarda: Sinos da Sé não tocam por falta de manutenção


Os sinos da Sé Catedral da Guarda não vão anunciar no sábado a Ressurreição de Cristo, como é tradicional na Igreja, por estarem degradados e não terem tido a manutenção necessária, disse hoje à Lusa fonte da Diocese.
«Mais uma vez, os cristãos da Guarda não ouvem os sinos da Sé tocar por ocasião do anúncio da Aleluia», disse o cónego Eugénio da Cunha Sério, director do Secretariado Diocesano de Liturgia, que lamenta a situação, pelo facto de os oito sinos não tocarem há já vários anos por não terem tido «a devida manutenção» por parte do organismo do Estado que tutela os Monumentos Nacionais.
Eugénio da Cunha Sério referiu que a Sé da Guarda será a única a nível nacional onde os sinos não tocam, recordando que os mesmos «tocavam habitualmente para os actos de culto e para as acções religiosas mais importantes, por exemplo para a entrada dos bispos na Catedral». Nas duas torres (uma com três e outra com cinco sinos, alguns datados do século XVIII) existem sinos partidos, sem badalo e com as estruturas de madeira já podres, apresentando um estado avançado de degradação. Um cenário lamentado por António Moiteiro, pároco da Sé, que afirma que «os sinos não se tocam porque não há quem os toque e eles precisam de uma reparação que terá que ser feita pelo IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que é o dono do edifício».
Após a criação do IGESPAR, que resultou da fusão do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e do Instituto Português de Arqueologia (IPA) e da incorporação de parte das atribuições da extinta Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), o monumento mais emblemático da cidade da Guarda passou a ser gerido pela Direcção Regional da Cultura do Centro.

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