30 de maio de 2008

Castelo Branco




Continente apoia recuperação de aves
Abre as asas e vai... a águia voou, para bem alto e na sua liberdade deixou bem patente que o Centro de Estudos e de Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco – Ceras faz falta. Não fosse assim, não teria sido salva e o seu voo nunca mais teria cruzado os céus. Este centro e os outros dois, da responsabilidade da Quercus, nomeadamente, Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto – Crasm e o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André contam com o reforço de apoio, por parte do Continente.
O Ceras funciona nos terrenos da Escola Superior Agrária, instituição que se assume como mecenas, apoiando desta forma a Quercus de Castelo Branco. António Moitinho, director da escola destaca este facto, sublinhando que aquele estabelecimento de ensino sempre apoiou o centro, com a ideia de que pudesse funcionar. “É com muito gosto que o fazemos, porque também temos alunos para quem estas questões são importantes”, adiantou.
Estas palavras saíram da assinatura do protocolo com o outro mecenas que renovou o apoio com a Quercus, o Continente. Um apoio para ajudar nos custos de funcionamento no que toca à política de ambiente. Uma verba materializada em 20 mil euros para os três centros. Uma ajuda inserida no âmbito da política de responsabilidade corporativa, como refere Miguel Rangel, director de Marketing do Continente. “Um apoio ao nível da política de ambiente, entendendo a importância de apoio a programas credíveis, sustentados e que contribuam para a conservação da natureza e biodiversidade”, concretiza, acrescentando que esta ajuda tem por finalidade, ainda, garantir a recuperação de centenas de espécimes de animais selvagens.
Samuel Infante, da Quercus de Castelo Branco, apresentou os resultados dos centros sob a responsabilidade da associação ambientalista e apoiados Pelo Continente. Nos três deram entrada 259 animais de 42 espécies, na sua maioria aves. Abutres, cegonhas, lontras ou corujas, foram as espécies mais necessitadas de apoio e que os centros recolheram.
Quedas de ninhos, atropelamentos, debilidade e envenenamentos são as principais causas que levam os animais aos centros da Quercus. E não deixou de criticar o Instituto de Conservação da Natureza, que para deixar de garantir o apoio não entrega nestes centros, os animais para recuperação. “Deixámos de receber cerca de 30 a 40 animais, porque o ICNB deixou de nos encaminhar e está a levá-los para os centros de recuperação do Estado, o que obriga há realização de muitos quilómetros”, frisa Samuel Infante. E consubstancia referindo que se gasta dez vezes mais, com este transporte, “o que não é nada positivo para a biodiversidade”.
No final da cerimónia, a Quercus devolveu à natureza uma águia recuperada nas suas instalações.
Por: Cristina Mota Saraiva/reconquista

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay