
A A Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais vai dar início a uma operação excepcional de abate controlado do pombo torcaz com vista a minimizar os estragos causados nos campos agrícolas de muitos concelhos da ilha da Madeira, principalmente em São Roque do Faial, uma espécie protegida que aumentou consideravelmente nestes últimos meses.Esta medida, segundo um comunicado divulgado pela SRARN, idêntica a outras já tomadas em 2004, por despacho nos termos da lei aplicável, “é baseada num parecer técnico do Serviço do Parque Natural da Madeira e permitirá conciliar a defesa dos interesses dos agricultores da Região com a manutenção da população do Pombo Torcaz, dado que esta seja prejudicada na sua área de distribuição natural e não conduzirá a qualquer degradação da conservação da espécie”.Manuel António Correia é de opinião que a grande quantidade de pombos que surgiram nestes últimos meses significa que a espécie está em crescimento novamente e procura alimento nas áreas agrícolas. A experiência de 2004 em que se verificou o mesmo problema, segundo o secretário regional, “significa que a questão fundamental em termos de ambiente é ter a população protegida, agindo de forma controlada no abate selectivo e localizado de algumas aves, assim como proceder a medidas que levem ao afugentamento e ao regresso às origens do pombo torcaz, utilizando para o efeito os meios adequados.
A nota de imprensa indica os requisitos a ter em conta no abate daquelas aves, cingindo-se em caso de comprovado prejuízo para as culturas agrícolas e mediante acompanhamento do Serviço do Parque Natural da Madeira (SPNM); quando se encontrem nas áreas agrícolas e nunca no seu habitat natural, ou seja, nas áreas de floresta; por funcionários da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, designadamente do Serviço do Parque Natural da Madeira e Direcção Regional de Florestas e, mediante coordenação do Serviço do Parque Natural da Madeira, que será responsável pela apresentação dos relatórios a enviar à Comissão.Em paralelo, o Serviço do Parque Natural da Madeira vai implementar equipamentos “espanta pássaros a gás” que têm vindo a ser gratuitamente instalados, colocação gratuita de redes de cobertura num maior número de campos agrícolas e a utilização de novos equipamentos e metodologias, ainda não experimentadas, para afugentar aves.
De acordo com o comunicado, estas medidas vão vigorar até Julho de 2009, a partir da qual seguir-se-á, em Agosto, a um novo censo à população a fim de ser determinado a eventual continuação ou não das medidas ora adoptadas.