23 de junho de 2009

Festival de Teatro Clássico de Mérida começa dia 27


Dez produções de teatro, dança e animação de rua compõem o Festival de Teatro Clássico de Mérida que começa no próximo dia 27 com a entrega do Prémio Scaena à actriz Berta Riaza.
Berta Riaza é homenageada no dia em que completa 81 anos, participando na cerimónia as orquestras da Extremadura e Joven de Extremadura, sob a direcção de Jesús Amigo.
No Festival que irá até 30 de Agosto, os temas e as peças de autores greco-latinos são revistos por encenadores que procuram novas abordagens a mitos como os de Medeia ou o de Édipo.
Francisco Suárez, director do Festival, salientou que «quando se vivem maus tempos, a cultura sai-se sempre mal, e apesar de compreendermos e aceitarmos que existem prioridades mais essenciais, não devemos nem podemos esquecer que esse bem, o da cultura, é um alimento necessário para resistir ao surgimento irremediável de angustiosos conflitos como consequência de qualquer crise».
«O teatro - prosseguiu - desde que o homem tem memória, tem testemunhado estes ciclos e estas crises, estando sempre, permanentemente, espreitando, alertando, denunciando e permitindo que os cidadãos superem os seus problemas».
Ao Anfiteatro Romano da capital da Extremadura volta este ano «Medea», de Eurípedes, protagonizada pela actriz Blanca Portillo, numa encenação do esloveno Tomaz Pandur. Uma estreia absoluta do Festival que estará em cena de 20 a 23 de Agosto e de 25 a 30, sempre às 23:00.
O Festival dedicará ainda um ciclo de cinema à tragédia de Eurípedes exibindo as películas «Medea», protagonizada por Maria Callas, de Pier Paolo Pasolini, «Asì es la vida» de Arturo Ripstein, e «Medea 2» de Javier Aguirre.
O Festival iniciou-se precisamente em 1933 com esta peça do poeta e dramaturgo grego, tendo sido protagonista a actriz catalã Margarita Xirgu.
Também de Eurípdedes (485 a.C.-406 a.C.) é levada à cena «Fedra», num espectáculo de dança e teatro, com música do compositor de flamenco Enrique Monrente, sendo protagonista, Lola Greco.
Outras peças clássicas que se apresentarão são «Édipo» de Sófocles, encenada por Georges Lavandant, numa co-produção pelo Teatro Español de Madrid e o Grec 09 Festival de Barcelona, com Eusebio Poncela à frente do elenco.
O Perenquén Teatro apresentará «Los gemelos» de Plauto, em co-produção com o festival de Mérida.
Numa encenação de espectáculo de rua será apresentado «Satiricón» de Petrónio, um autor nunca antes apresentado neste Festival.
A companhia Guirigai com encenação de Augustín Inglesias apresentará de 04 de Julho a 15 de Agosto a única obra deste autor romano, nascido em Marselha, que conta uma história mundana de entretenimento.
A única companhia de dança clássica espanhola, fundada em Abril do ano passado na região de Castela e Leão por Ángel Cosella, apresentará «Diana y Actéon (Pas de Deux de Marius Petipá)».
Em palco estarão os bailarinos Ángel Corella, Natalia Tapia, Adiarys Almeida, Carmen Corella, Herman Cornejo e Iain Mackay, do Corella Ballet Castilla y León.
A peça de William Shakespeare «Tito Andrónico», encenada por André Lima, será levada à cena pela companhia Animalaro, em co-produção também com o Festival.
Rafael Alvarez «El Brujo» apresentará o seu «El evangelio de San Juan», acompanhado pelos músicos Javier Alejano (violino), Daniel Suárez 'Sena' (percussão), Robb Kevin (saxofone) e Juan de Pura (voz).
Entre as actividades paralelas, para além do ciclo de cinema, será apresentado «Jasón y los argonautas». A peça destinada ao público mais jovem, é uma aposta do Festival desde há quatro anos.
«Jasón y los argonautas» é encenado por Ana García, sendo apresentada pela Verbo Producciones no anfiteatro romano da capital extremenha.
O Festival, segundo dados da organização, tem tido uma afluência entre os 75.000 e os 82.000 espectadores nas edições anteriores.
Diário Digital / Lusa

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay