24 de janeiro de 2012

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ONU começa a avaliar testes à segurança nuclear no Japão

Dez peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) começaram nesta segunda-feira a avaliar os resultados dos testes de resistência às centrais nucleares do Japão, depois da catástrofe de Fukushima.
“Estamos a realizar uma avaliação, que eles [Governo japonês] pediram, às metodologias e abordagens para testar a segurança dos reactores nucleares”, disse aos jornalistas James Lyons, o responsável pela equipa que vai permanecer no Japão até 31 de Janeiro.
A equipa da AIEA, organismo com sede em Viena, vai passar segunda e terça-feira em reuniões com as autoridades em Tóquio e vai viajar na quarta-feira para a central nuclear de Ohi, na província de Fukui, para ver como está a Agência japonesa de Segurança Nuclear e Industrial (NISA) a proceder aos testes de resistência. Na semana passada, a agência terminou uma avaliação dos testes de resistência das centrais do país e concluiu que os reactores têm capacidade para resistir a choques similares a sismos de magnitude 9 na escala de Richter.

Lyons adiantou que os resultados da AIEA serão apresentados a 31 de Janeiro. “Não nos vamos concentrar em dizer se é, ou não, aceitável que alguns dos reactores voltem a funcionar. Isso é uma responsabilidade do Governo japonês e não iremos fazer qualquer determinação nesse sentido”, acrescentou Lyons.
A dor de cabeça da indústria nuclear nipónica começou a 11 de Março de 2011, quando um tsunami, causado por um sismo, atingiu a central de Fukushima, no Nordeste do país, destruindo os sistemas de arrefecimento.
 
Imediatamente a esta catástrofe, 15 reactores foram desligados nas centrais da região Nordeste. Hoje, 49 não estão a funcionar, quer por questões de manutenção regular (obrigatória depois de 13 meses de exploração), ou por causa de abalos sísmicos. A sua entrada em funcionamento tem sido condicionada pela realização obrigatória de testes de resistência, nomeadamente a catástrofes naturais como a de 11 de Março, e pela aprovação das autoridades locais, algumas muito renitentes em voltar a confiar no nuclear.

Hoje, as autoridades nipónicas revelaram ter pedido à AIEA para instalar um departamento permanente na província de Fukushima. “Iremos pedir ao director-geral da AIEA, Yukiya Amano, uma presença constante da agência internacional”, disse ontem o ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Koichiro Gemba, num discurso citado pela agência de notícias Jiji. Lyons reagiu dizendo aos jornalistas que “este é um pedido muito importante” e que “vai necessitar de um exame profundo por parte da AIEA”.

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