A Coreia do Sul foi esta segunda-feira obrigada a desligar dois
reactores nucleares, para substituir componentes, depois de se ter
descoberto que havia certificações de qualidade falsas. O ministro da
Economia e Conhecimento, Hong Suk-Woo, avisou que haverá falhas de
energia “sem precedentes”.
“É inevitável que assistamos a falhas de energia sem precedentes durante este Inverno, com os dois reactores desligados”, afirmou Hong Suk-Woo. Pouco mais de um terço da energia eléctrica consumida na Coreia do Sul é produzido pelos seus 23 reactores nucleares.
Os oito fornecedores falsificaram 60 garantias para quase 7700 peças, que custaram a Seul 820 milhões de won (cerca de 590 mil euros). Destas, 5200 foram efectivamente usadas, a esmagadora maioria (90%) nos dois reactores que foram agora desligados.
Hong Suk-Woo disse que será feita uma investigação a esses fornecedores. Sublinhou, no entanto, que as peças em questão não representam qualquer ameaça de segurança. Nem estão relacionadas com a série de falhas nos reactores deste ano, que levou a inspecções de segurança.
No mês passado, já dois reactores de outros complexos nucleares tinham sido desligados devido a mau funcionamento.
Mas foi em Maio que se começaram a levantar dúvidas sobre se os reactores sul-coreanos estavam a cumprir todas as normas de segurança, depois de um escândalo em que cinco engenheiros foram acusados de tentarem encobrir uma falha potencialmente perigosa no complexo nuclear mais antigo do país.
Apesar disto – e do desastre nuclear de Fukushima, no Japão, no ano passado – as autoridades sul-coreanas não estão dispostas a abandonar o seu programa nuclear. Mais quatro reactores nucleares estão em construção e o Governo planeia ter, nas próximas duas décadas, mais 16.
in Público