Seis reservatórios subterrâneos do complexo nuclear mais contaminado
dos Estados Unidos estão a verter resíduos tóxicos e radioactivos para o
solo, mas sem risco para a saúde humana, segundo as autoridades.
Os reservatórios fazem parte do complexo nuclear de Hanford, no estado de Washington, cuja história remonta ao Projecto Manhattan,
que na década de 1940 resultou na primeira bomba atómica.
O governador
Jay Inslee confirmou, na sexta-feira, a descoberta das fugas nos
reservatórios, apenas uma semana depois do Departamento de Energia dos
Estados Unidos ter detectado uma outra fuga, num dos equipamentos.
“Não
há risco de saúde imediato ou a médio prazo nestas novas fugas agora
descobertas, localizadas a mais de cinco milhas [oito quilómetros] do
rio Colúmbia”, disse Jay Inslee, num comunicado. “Mesmo assim, são
notícias perturbadoras para os habitantes de Washington”.
Os
reservatórios em causa são tanques antigos, com casco simples, ou seja,
sem uma protecção adicional contra o desgaste do material em contacto
com os resíduos nucleares. “Isto certamente levanta sérias questões
sobre a integridade de todos os 149 tanques de casco simples com
líquidos e lamas radioactivas em Hanford”, acrescentou o governador. Num
quarto dos seis tanques agora em foco, já tinha havido problemas no
passado.
Na semana passada, o Departamento de Energia informou que
um dos tanques estava a perder entre 568 e 1136 litros de líquidos
perigosos por ano. Agora sabe-se que há um derrame da mesma magnitude
num segundo tanque e que noutros quatro há situações menores, de cerca
de 57 litros por ano.
O complexo de Harford, onde se produziram
materiais de plutónio até 1989, é considerado o mais poluído do país,
com cerca de 100 milhões de metros cúbicos de solos contaminados e 33
milhões de metros cúbicos de resíduos radioactivos.