A presença de Almada nos grandes momentos da História de Portugal é uma constante, donde se destacam os cidadãos, factos e instituições que contribuíram para o desenvolvimento deste concelho.
A proximidade do rio constituiu, desde sempre, um factor determinante para a fixação de pessoas, desde a pré-história até à actualidade.
A presença humana em Almada, topónimo de raiz árabe, remonta à pré-história. Por esta margem passaram os mais diversos povos que se sedentarizaram e aqui trocaram as suas experiências e mercadorias.
No final do século XIX Almada industrializa-se, com a actividade económica centrada no sector corticeiro e nas indústrias de moagem
A partir de 1940, a instalação de novas indústrias motiva a explosão demográfica. A década de 60 fica marcada pela inauguração da Ponte sobre o Rio Tejo e pela expansão doa estaleiros navais da Lisnave.
Almada cresce, ganha identidade própria, qualifica-se, trilha a sua própria História, da qual aqui apresentamos as principais etapas.
Almada Industrializada e Associativista -Século XIX a 1973
O concelho de Almada, desde a segunda metade da centúria de oitocentos, adquire nova fisionomia, por intermédio do forte movimento associativo e no processo da industrialização, em especial na fiação e tecelagem, nos estaleiros navais, na moagem, na cortiça.
A introdução da máquina a vapor e uma maior concentração operária proporcionavam um novo rumo evolutivo do concelho. Todo este processo de industrialização e a configuração geográfica do concelho criaram as condições necessárias para a fixação de populações provenientes de outras áreas do país.
É nesta época que surgem as Sociedades de Cultura e Recreio, com uma forte componente popular e claramente influenciadas pelas correntes liberais existentes à data, desenvolvendo activamente a vida sociocultural a partir da década de 1940.
Dentro deste movimento surgiram outras associações populares ligadas à cultura e ao recreio, ao mutualismo, ao cooperativismo e aos interesses dos trabalhadores.
Grandes momentos da história nacional foram vividos em Almada. Para além da vitória dos liberais na Batalha da Cova da Piedade/Cacilhas contra os Miguelistas (23 de Julho de 1833), é de assinalar a antecipada proclamação da República em Almada, a 4 de Outubro de 1910.
A 22 de Outubro de 1926, ocorreu, a desanexação de Almada e outros concelhos ribeirinhos da margem sul do Tejo do Distrito de Lisboa, para serem anexados ao novo Distrito de Setúbal.
Em 1920 são criadas duas novas freguesias: Cova da Piedade (desanexada à freguesia de Almada) e Trafaria (desanexada à freguesia do Monte de Caparica), sendo posteriormente criada a freguesia da Costa da Caparica (desanexada da freguesia do Monte de Caparica e, mais tarde, da Trafaria).
Desde o fim dos anos quarenta até ao início dos anos setenta, o concelho de Almada assistiu a um grande fluxo migratório largamente responsável pela explosão demográfica registada, à procura de habitação e emprego determinando a descaracterização e o crescimento da mancha urbana que se alastrou. Até 1973, acentuou-se, em parte, o sector terciário, facto que começou a afectar questões em áreas tão diversas como os transportes, o urbanismo ou a forma de convívio social.