15 de janeiro de 2016

Viola beiroa: Sons tradicionais renascem

A viola beiroa ou "bandurra" já foi grande, chegou mesmo a ser gravada por Michel Giacometti e esteve quase a perder-se quando começou a deixar de ser utilizada com o aparecimento das concertinas. Instrumento delicado, de afinação difícil está agora a renascer numa pequena rua do centro histórico de Castelo Branco, onde a cada seis meses nasce uma nova viola.

A viola beiroa, que toca quase como uma guitarra portuguesa e só se ouvia na 'Dança dos Homens', renasceu para a música. Depois de sete anos a formar tocadores surge agora uma fábrica desta viola, também chamada de "bandurra", onde são construídos estes instrumentos de boca arredondada e pequena com cordas, finas e curtas, que, apesar de não serem "pisadas", são tocadas soltas.

Esta viola tradicional da Beira Baixa tem cinco cordas, tocadas em conjunto e duas requintas, que só servem para afinar. Elísio Saraiva, mestre tocador garante que a viola foi reabilitada com uma nova afinação.

Depois de formados os músicos foi preciso construir uma fábrica de violas que, conta Rodrigo Jerónimo, usa madeira de abeto, a ideal para propagar o som.

A viola não tem segredos mas é preciso adequar a construção ao som e para isso, diz-nos Eduardo Louro, especialista na construção de guitarras, são precisos seis meses.

Toca como uma harpa mas é uma viola. Há mais de 150 anos que não se construíam violas beiroas, instrumento difícil de tocar e que foi deixando de ser usado. Agora no centro de Castelo Branco as violas estão a ser recuperadas, construídas de novo e o instrumento já se ouve de novo pelas romarias e festas da Beira Baixa.


Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay