A qualidade do ar na zona do aeroporto de Lisboa é fortemente afetada por partículas ultrafinas emitidas pelos aviões, que podem pôr em risco a saúde, indica um estudo divulgado esta terça-feira.
"Junto do aeroporto é muito mau", assegurou a responsável, explicando que também há grandes concentrações na zona do Campo Grande e grandes concentrações à passagem dos aviões, na rota de aterragem.
E há estudos internacionais, disse, que indicam que nas salas de espera dos aeroportos a concentração de partículas ultrafinas é "horrível".
Segundo uma síntese da investigação a que a Lusa teve acesso, as amostragens para o estudo decorreram entre Julho de 2017 e maio de 2018, e as partículas ultrafinas são 18 a 26 vezes mais elevadas em áreas influenciadas por movimentos aéreos.
"Há uma relação clara entre os movimentos aéreos e os níveis de partículas ultrafinas, a influencia estende-se de forma significativa a zonas como as Amoreiras", diz-se no documento.
As partículas ultrafinas (700 vezes menores do que um fio de cabelo) não são monitorizadas e não têm um valor limite estabelecido por lei. Entram no corpo pela via respiratória, mas também dérmica e por ingestão e podem até danificar proteínas intracelulares, lê-se no estudo, no qual se alerta ainda que as partículas têm sido associadas também a doenças neurológicas e "problemas no desenvolvimento fetal e cognitivo das crianças".
E diz-se ainda que medições feitas nas Amoreiras, na rota de aterragem dos aviões, indicaram um aumento dos valores médios de partículas ultrafinas durante o período de voos cerca de 16 vezes superior aos momentos em que não passam aviões.
"O estudo efectuado permite concluir que pessoas que trabalham, vivem ou passam uma quantidade considerável de tempo perto do aeroporto, estão expostas a elevadas concentrações" de partículas ultrafinas "com "uma magnitude que constitui à partida um risco considerável para a sua saúde".
"O estudo efectuado permite concluir que pessoas que trabalham, vivem ou passam uma quantidade considerável de tempo perto do aeroporto, estão expostas a elevadas concentrações" de partículas ultrafinas "com "uma magnitude que constitui à partida um risco considerável para a sua saúde".
Lusa