28 de abril de 2010

Apontamentos traduzidos sobre canarios de canto


UMAS PALAVRAS SOBRE A MELHOR RAÇA DE CANTO


Primeiro vou a apresentar o estado actual da canaricultura desta nossa raça de canto: As modernas técnicas de criação e selecção nos estão dando pássaros espectaculares mas a pergunta é, como conseguem?

Pois o primeiro é partir de algo, que cumpre já 48 anos de reconhecimento como raça do canário de canto Timbrado Espanhol e o que não se pode fazer é agora partir do zero. Por isso tanto o criador iniciante como o veterano, o meu conselho é que escute pássaros ou que se deixe aconselhar por alguém que conheça (sempre um canaricultor de confiança e com experiência).
Uma vez que tenho escutado varias centenas de pássaros para que possamos estabelecer diferenças entre eles, qualquer ouvido vai reparar para os mesmos pássaros, seguramente que os descontínuos e carregados de flóreos como a maioria de nós.

O problema está agora em conseguir uns exemplares. A tarefa não é fácil, com as modernas técnicas de criação que relatarei mais tarde o número de pássaros interessantes que tira cada canaricultor é reduzido e não vai ser fácil conseguir que nos ceda ou venda algum exemplar de qualidade, mas há que tentar.

Outro problema é o que a fêmea nos vai proporcionar? A fêmea não canta (algumas fêmeas cantam baixinho se estiverem com saúde na minha opinião são as melhores. da minha experiência) e não temos nenhuma referência do seu genótipo cantor, por isso é importante que seja um criador de confiança, logo já seleccionaremos as nossas fêmeas quando tenhamos formada a nossa estirpe (linha hereditária) e também quando nos proporcionem una, podemos confrontar com os machos prova dessa linha que nos dêem informação sobre ela (do que transmite). É importante criar com poucos exemplares bons do que muitos e maus.

Conseguidos os exemplares colocamos a criar um bom exemplar macho com duas ou três fêmeas da mesma linha de canto. O meu conselho é não fazer demasiados casais porque o problema de espaço pode surgir mais adiante.

A partir daqui já é técnica. O primeiro que há que fazer é criar bem; para que possamos partir de exemplares saudáveis ainda que as vezes tenhamos que criar com exemplares que não apresentam um bom estado de saúde por ser grandes portadores genéticos, então utilizaremos amas em bom estado de saúde as que colocamos os ovos da principal e, sim temos sorte e não ter malformações na célula ovo o no espermatozóide que impeçam um bom desenvolvimento embrionário o resultado é o mesmo que se utilizássemos a principal.

Os canáriozinhos deveram ter um bom desenvolvimento no ninho para conseguir um bom estado geral (fisiológico/anatómico) e para que se desenvolvam bem o seu aparelho fonador. Por isso antes de começar a criar devemos desparasitar os exemplares reprodutores contra parasitas internos (nematodos, incluindo céstodos...) e parasitas externos (piolhos.) e observaremos o seu estado geral sobretudo da fêmea (que vai
suportar a carga da criação sem duvidarmos da sua recuperação da flora intestinal com fermentos vivos (lactobacilus, sacharonmices...) Para o estado de saúde seria bom não utilizar antibióticos por sistema pois estes eliminam a flora intestinal simbiótica e benéfica além disso fazem proliferar bactérias mais resistentes e microrganismos patogénicos com consequências para o sistema imunitário do pássaro, por isso, não utilizar antibióticos como preventivos pois quando os necessitarmos realmente, os canários não responderam aos tratamentos.

As papas de criação não vos preocupeis tanto por ser um costume e com antecipação a uma desparazitação antes de começar a criar logo não teremos problemas. Não me vou alongar mais na técnica de criação mas em, como criar? Até não faz muito tempo que se deixava-se o casal fixo e o macho ajudava a alimentar, se conservavam-se machos adultos em bom estado de canto e uma vez os canáriozinhos comiam, passavam a tomar lições de canto, assim se conseguem verdadeiras fotocopias do canto do adulto, e assim este conservava bem o seu canto e os canários eram capazes de copiar tinham um ano carregado de êxitos chegando à sala de casa e à sala de troféus até nos estivéssemos enganando a nós mesmos porque no ano seguinte deixaram com uns bons intérpretes da canção mas, e o compositor?
Além de ser compradores adictos de maestros com o correspondente gasto económico. Confesso que eu não utilizei nunca este sistema, mas que separar os que ainda usam, dos que não usam e que não leva a nenhuma parte.

Retomando o tema da criação, deve-se fazer de forma que o canário novo tenha o menor contacto possível com o adulto, é conveniente ou deve-se deixar criar a as fêmeas sozinhas já sejam a principal ou uma ama.
Uma vez que as crias são independentes (temos que ter bem a certeza, não se precipitar), porque passarão a uma voadora agrupados por irmãos de pai e mãe e se deixam assim ate que se colocam em gaiolas de canto, não tem segredos, ficam só.
O único que há que fazer agora é controlar as possíveis faltas que se observem nas crias sobre tudo a partir dos finais de Agosto.
Isto não é tão fácil como pode parecer as vezes parece desagradável todavia o balbuciar de um espectacular flóreo, por isso devemos acostumar o ouvido e perguntar e perguntar aos juízes nos concursos (digo desde aqui, que os nossos concursos, deveriam ser más didácticos e encaminhados à selecção de pássaros mais que perseguir prémios) e em conferencias ou conversas nas associações ou com criadores experimentados e honrados.

Se todavia não estas muito seguro, convêm afastar esses pássaros para outra sala noutra voadora esperando acontecimentos e alojaremos na habitação donde temos o resto das voadoras.

Proporcionar-lhes um bom ambiente com boa ventilação e temperatura agradável, com música de fundo e evitar que se vejam e se ouçam entre os distintos voadores essencial para objectivo final.

O ideal seria dispor de una habitação insonorizada para cada família (irmãos de pai e mãe), mas é bastante difícil.

A partir de agora deve imperar a tranquilidade é como “amadurecer um bom vinho”, deve-se fazer lentamente sem precipitações para que sejam capazes de desenvolver todo o seu potencial genético que levam dentro e não ficarem com um curto repertório.

Podendo ser na zona sul, onde se começa a criar antes, o canário necessita de 6 a 8 meses para cerrar (fechar/ atingir a maturidade) do seu canto por isso, não sei qual é a vantagem de acelerar os canários para estes concursos tão precoces em tempo.

Com a luz podemos jogar variando a sua intensidade, se notamos demasiado atraso abriremos a cortina mas em geral a intensidade de luz deverá ser media ou baixa.

Em quanto a música como já sabes a sua função primordial é evitar interferências entre os diferentes voadores e deverá funcionar desde que comece o dia até que anoiteça.
Não deverá ser muito acelerada para evitar a precipitação dos pássaros por isso é que
é preferível a música clássica e não com alegro ou allegretos mas melhor são os adágios.

Há criadores que optam por não porem música e se são experts e vigiam os voadores e vão eliminando os pássaros ou voadoras com faltas ou inclusivamente diria mais aqueles que soam bem, a sua intensidade seja alta (encontram-se adiantados do resto dos voadores), e os colocam ou neste último caso os depositam noutra habitação com o fim de que não se arrastem aos outros, os resultados obtidos são semelhantes, Sendo a música um bom aliado.

a tranquilidade deve imperar no criador, não vale a pena precipitar em oferecer ou vender pássaros que todavia não tem fixado o seu canto se não estas seguros, pois pode haver grandes surpresas.

Deveis escutar com frequência (uma vez na semana) as pequenas crias no seu cantarolar e observando assim mesmo, prestando atenção aos voadores para saber os que ocupam a hierarquia superior pois estes serão a priori os que nos indicaram o sentido da selecção que vamos a praticar pois os outros vão ser “arrastados” e no serão os compositores da canção, Ainda deve-se tomar nota daquele canário que tenha muita personalidade onde se situa, em que lugar da voadora e se não vai arrastado pelos irmãos da hierarquia superior pois será assim mesmo um canário a te em conta.

Marcaremos os canários com anilhas de plástico de uma cor para cada voador e dentro de um voadora - família com outra anilha de cor diferente cada pássaro para poder identificar a cada sujeito e anotaremos todos os aspectos relevantes que he mencionado e outros que nos aconteçam que a priori não parecem ter importância mas que podem ser mais importante do que pensamos e podem ser importantes aspectos para comentar em foros e conversas com os amigos, pois destes pequenos detalhes aprendemos continuamente.

Com este procedimento e vigilância chegaremos aos finais de Outubro e observaremos se tem fechado o canto nas voadeiras. Enjaularemos aqueles que já chegaram a fechar o canto. Nas voadoras não tenham pressa em colocar nas jaulas de canto (enjaularmos), se não estão preparados para os primeiros concursos estarão para os seguintes mesmo que seja em Janeiro (sendo uma época tão boa como outras anteriores para um concurso) ou estarão para nosso deleite pessoal, pois o objectivo é seleccionar os nossos canários, não é acumular prémios, só assim chegaram os resultados.

Não nos fica mais que prepará-los para concurso metidos nas transportadoras e retirando-os para cantar sempre com luz artificial (luz com a que se vão julgar os nossos pássaros) a diferentes horas do dia e da noite elevar a concurso os pássaros com o seu canto feito e em bom estado de saúde.
Outro aspecto importante a ter em conta é que quando os levar a concurso os pássaros a uma localidade que requer uma viajem distante, devemos acostumar a viajar previamente e isto faz-se metendo-os nas malas e se colocam no porta-bagagens do carro e levam-se de passeio durante os afazeres do quotidiano.

Vigilância às afonias pois, num primeiro momento, se o pássaro não tem estado submetido a hiper-tratamentos com antibióticos se poderão curar quase todos, sem deixarmos avançar as doenças logo não terão remédio.

Nos concursos que participam os pássaros que o criador selecciona sendo uma questão do criador, perante que o juiz vai a actuar, um pouco como director da vossa selecção genética no vosso canaril ainda que este deve respeitar os vossos gostos (que seja aquoso, que seja brilhante, que predominem os flóreos doces ou selvagens).

Antes de tudo o juiz é um seleccionador de pássaros, não um dadivoso premiador e o concurso deverá referendar a selecção claro que estes primeiros exemplares mais "selectos".

Por isso devo dizer em nota final, que quando um amigo me pediu uma opinião sobre o desenvolvimento dos concursos pronunciei-me sempre com respeito de duvidar dos prémios e ir ao miolo da questão: a selecção genética dos exemplares.
Os prémios vêm por eles como consequência da selecção. Assim comento e com este sistema s “sacam-se” poucos pássaros bons e efectivamente. é verdade, que nem se quer ainda não fizemos um equipa, pois não importa, apresentaremos individuais, o objectivo é o pássaro, não a sala de troféus do criador, e só com esta mentalização teremos pássaros competitivos e nos concursos imperará a qualidade e não a quantidade. Por isso é importante que não cortemos o que queremos apresentar os seus pássaros em individuais sempre em lotes como máximo três exemplares, e os lotes que deseje.

Esquecia-me de dizer “não vos calais” nos concursos, não tenhas medo de perguntar coisas mesmo que sejam ridículas, pois não há maior ridículo que ficar com a duvida e que vai longe que os tempos em que o juiz fechava as portas para que ninguém aprende-se alguma coisa e visse o que se tinha passado. O juiz é um criador mas que está aprendendo continuamente e uma das fontes de informação somos nós e os nossos pássaros.

© Antonio Pérez Carbajal
traduzido por mim

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay