

Sentado num bar de Atenas, num de Beirute, num de Espanha ou numa casa de fados em Portugal, ou em qualquer outro sítio semelhante em redor do Mediterrâneo, o compositor e produtor espanhol Javier Limón tem a mesma sensação: "A cena é igual, só muda a música.
Em todas estas cidades há pequenos bares em que pessoas de todos os níveis sociais se juntam, comem e tocam a sua música de raiz.
Não é uma coisa para turistas, é de gregos para gregos, de espanhóis para espanhóis..."Mariza é uma entre 12 vozes no disco Mulheres de Água, que será lançado segunda-feira em Portugal.
O projecto do espanhol Javier Limón junta cantoras de todo o Mediterrâneo.
E é dedicado às iranianas - que não podem cantar em público.
Em Portugal, teve essa sensação quando Mariza o levou a ouvir fado. "Não tem nada a ver com um clube de jazz ou com o que se passa no Brasil.
É uma coisa da cultura mediterrânica", diz Javier Limón, sentado num sofá na esplanada de um hotel de Lisboa, junto ao Tejo.
Ao lado dele, Mariza concorda: "Às vezes pensamos que certas músicas são muito distantes, mas os mediterrâneos são povos que se juntam para comemorar tanto a tristeza como a alegria.
Nós, os espanhóis, os gregos, os italianos, não vamos a um bar para beber sozinhos." Foi daí que nasceu a ideia de Javier fazer um disco só com vozes de mulheres e músicas dos países que rodeiam o Mediterrâneo.
A portuguesa Mariza, as espanholas Buika e Estrella Morente, e a grega Eleftheria Arvanitaki eram vozes essenciais - "sem elas o disco ficaria coxo". Às quatro cantoras juntaram-se outras como a turca Aynur Dogan, a israelita Yasmin Levy e ainda
, Genara Cortés, Montse Cortés e Sandra Carrasco.
Chamou ao disco - já à venda em Espanha e que será lançado na próxima segunda-feira em Portugal pela Universal - "Mulheres de Água" e dedicou-o às mulheres iranianas, as únicas que, à volta do Mediterrâneo, não podem fazer ouvir as suas vozes.
in ipsilon