7 de novembro de 2015

Idanha-a-Nova - Fora do Lugar, Festival Internacional de Músicas Antigas




Mais um ano, mais um desafio. O Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas afirma-se como um dos fenómenos musicais mais originais do panorama nacional. 

Potenciado pelas oportunidades infindáveis que o território de Idanha-a-Nova oferece, o nosso “pequeno festival andarilho” continua a surpreender os seus públicos com a programação que propõe, cruzando, de uma forma particularmente feliz, intérpretes, repertórios e lugares.


Se, com efeito, podemos afirmar que as terras de Idanha e a música estão intrinsecamente ligadas este é um desses momentos em que tal ligação se torna particularmente visível. É do conhecimento comum que a herança musical de Idanha constitui uma das suas maiores riquezas. 

Mas é algo mais do que uma ligação que perpetua um passado e os modelos herdados. É um processo de dinamismo crescente que, ao mesmo tempo que guarda essas matrizes que fazem as delícias de muitos, abre-se, cada vez mais para a partilha de novas formas da experiência musical, buscando outros caminhos, feitos de cruzamento e inovação, capazes de demonstrar quão fértil é o potencial criativo desta região – um dos principais motivos de interesse, reconhecido no seio do conjunto de especialistas e membros da Rede das Cidades Criativas da UNESCO, na área da música, que estiveram reunidos em Idanha-a-Nova em Fevereiro último, a quem nos demos a conhecer.
 As impressões recolhidas, extremamente positivas, foram um apoio inestimável na conclusão do processo de candidatura a esta rede, submetida no passado mês de Julho.
Entre os motivos de interesse mais destacados, encontramos o Fora do Lugar, considerado um exemplo cabal de capacidade de projecção e criatividade notáveis, que rompe convenções, ao assumir a pequena escala, o diálogo musical e a aproximação aos espaços e aos públicos rurais, como marcas distintivas de um projecto – reunindo os mais jovens, os menos jovens, os que ouvem, os que dançam, os que conversam, os que já conhecem o campo, os que ainda não, os que querem ser surpreendidos, enfim, todos os que se revejam num conceito de música onde o tempo e o(s) espaço(s) são deveras relativos.
Esta visão é, também, a nossa visão, e daí a facilidade com que a parceria se estabeleceu e se mantém ao longo destes quatro anos que assinalamos na edição de 2015. Uma edição que expressa, sem peias, quão importante a música é para todos nós, que nos importamos com este lado do nosso país.



Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay