15 de maio de 2007

Gaivotas



Controlo de gaivotas através de parafina

Gaivotas causam ruído incomodativo, estragam a pintura dos edifícios, veículos e roupa

Causam um ruído ensurdecedor, danificam a pintura dos edifícios e dos veículos, entopem caleiras e estragam roupa.


São muitas as reclamações ao excesso de gaivotas em Peniche, pelo que a Câmara resolveu intervir.

Desde ontem, numa iniciativa inédita, 120 locais de nidificação das aves estão a ser visitados por técnicos, que irão esterilizar os ovos recorrendo à parafina. O objectivo é controlar a natalidade, impedindo o nascimento das crias, mas de uma forma "humanizada".O presidente da Câmara, António José Correia, explica que "esta é a primeira experiência que o município está a desenvolver, procurando responder às reclamações da população". A iniciativa, que aponta para um investimento na ordem dos 13 mil euros, foi sujeita à aprovação do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e vai ser desencadeada em duas fases até ao dia 25, os ovos serão marcados, pesados e imersos em parafina. Além disso, os ninhos que não contenham ovos vão ser removidos.

De 11 a 22 de Junho, será verificado o estado dos ovos parafinados e o aparecimento de outros.

Com este método, adianta o autarca, "as gaivotas não se apercebem que os ovos não estão bons". É uma "iniciativa de minimização", frisa, mas "este esforço tem de ser completado com o dos munícipes, evitando a disponibilização de resíduos alimentares, colocando contentores (moloks) para recolha de resíduos sólidos urbanos". Foi, entretanto, divulgado um edital da Direcção-Geral de Veterinária, que proíbe a alimentação voluntária das gaivotas.

O apoio a todo este processo é dado pelo ICN.


Explica Lurdes Morais, da Reserva Natural das Berlengas, que, nas ilhas, o controlo da natalidade é feito desde 1999, através da destruição dos ovos. Em 2006, revela, foi efectuado um levantamento dos ninhos que era possível visualizar na cidade.


"Localizámos 73 ninhos, embora saibamos que os números eram superiores.

Se não se fizesse nada, daqui a quatro anos haveria três vezes mais aves a nidificar", afirma.Segundo a responsável, as gaivotas são muito fiéis ao sítio de nidificação e, em média, põem três ovos por ano, entre Maio e Junho, nascendo normalmente duas crias com sucesso.

ICN -Instituto da Conservação da Natureza







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