1 de agosto de 2007

Noticia Atrasada


Castelo Branco: Mecenato ajuda fauna selvagem15 mil euros da Sonae Distribuição permitem reabrir três centros .



Um apoio de 15 mil euros da Sonae Distribuição para este ano permite reabrir três centros de recuperação de fauna selvagem da Quercus, adiantou hoje à Agência Lusa fonte da associação ambiental. "A actividade dos centros estava interrompida desde Janeiro devido à suspensão do financiamento do Instituto de Conservação da Natureza (ICN)", refere Samuel Infante, dirigente da Quercus em Castelo Branco. Na altura, o ICN justificou-se com cortes orçamentais e apontou o mecenato como solução para a continuidade dos centros.
Em 2006, o Instituto tinha atribuído 36 mil euros a três centros de recuperação em Castelo Branco, Santo André e Évora, este último pertencente à Liga de Protecção da Natureza (LPN)", explica Samuel Infante. O apoio da Sonae Distribuição para este ano é de 15 mil euros e "apesar de não cobrir todo o co-financiamento que era garantido pelo ICNB vai permitir reiniciar a actividade", sublinha. "Continuamos à procura de outras empresas interessadas nesta prática de mecenato", refere o dirigente, realçando que "estes donativos dão direito a benefícios fiscais". O montante vai ser aplicado em três centros da Quercus em Castelo Branco, Santo André e Montejunto. "O centro de recuperação de Montejunto ainda não está a funcionar. Estivemos a ultimar infra-estruturas e agora está pronto a abrir", refere o dirigente. Nos outros dois estão actualmente 33 animais (13 em Santo André e 20 em Castelo Branco). "Cerca de 90 por cento são aves", acrescenta, um cenário que diz ser comum em todos os centros de recuperação. Abutres, cegonhas, mochos ou águias, vítimas de acidentes, envenenadas ou debilitadas por qualquer outra razão, são exemplos de espécies actualmente em tratamento antes de serem devolvidas ao meio natural. Os centros não têm funcionários a tempo inteiro e baseiam-se no voluntariado.
O grosso das despesas consiste em medicação, alimentos, transporte dos animais e tratamentos veterinários. Para Samuel Infante, os espaços da Quercus são importantes, porque "é notória a falta de capacidade de resposta dos centros estatais". Segundo aquele responsável, existem três centros do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade em Olhão, no Gerês e em Gouveia e há um outro da Câmara de Lisboa em Monsanto. "Não há capacidade de resposta porque estão geralmente superlotados e as localizações geográficas nem sempre facilitam o transporte de animais", refere. Os centros da Quercus vão retomar a actividade "num período crítico do ano. Há centenas de animais a chegar aos centros por todo o país". O facto de muitas crias abandonarem os ninhos nesta altura do ano, "é o factor que mais contribui para o acréscimo", refere o dirigente da Quercus. Em comunicado, a Sonae Distribuição explica que o apoio se insere no âmbito da sua "política de Responsabilidade Corporativa, nomeadamente ao nível da sua Política de Ambiente", defendendo "a conservação da Natureza e da biodiversidade". O protocolo entre a Quercus e a Sonae Distribuição vai ser assinado às 11:00 no Auditório A5 da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, na Quinta da Senhora de Mércules, seguido de uma visita ao centro de recuperação da cidade.
25-07-2007

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