7 de agosto de 2007

Ozono-Noticia atrasada





Norte com elevadas concentrações de partículas e ozono
A qualidade do ar na região Norte enfrenta elevadas concentrações de ozono (O3) e de partículas em suspensão (PM10), o que obriga à implementação de novas medidas de combate à poluição a partir de Março, anunciou hoje fonte da CCDRN.


Em conferência de imprensa realizada no Porto, responsáveis da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) revelaram as conclusões e propostas do estudo «Planos e Programas para a Melhoria da Qualidade do Ar na Região Norte (2001-2004)».
De acordo com o documento, realizado a nível nacional, a região Norte aparenta ser aquela que regista maiores concentrações dos poluentes O3 e PM10.
Em termos europeus, o Norte encontra-se a par de regiões do Leste Europeu, de Itália, Bélgica e Holanda em termos de níveis de concentrações de PM10.
Em relação ao ozono, os principais problemas a nível europeu verificam-se exactamente na região Norte de Portugal, mas também na Europa Central e no Norte de Itália.
Paulo Gomes, da CCDRN, explicou que o facto da região nortenha concentrar um elevado número de indústrias e se tratar de uma região que atinge temperaturas muito elevadas, em determinadas épocas do ano, justificam estes valores.
Retirar a circulação de veículos pesados de determinadas zonas urbanas, lavar ruas, substituir lareiras por aquecimento central, criar zonas de emissões reduzidas nos centros das cidades e implementar um sistema de placas de matrícula alternadas são algumas das medidas apresentadas, que visam combater o elevado número de vezes que a região ultrapassa os valores limites legislados de emissões de poluentes atmosféricos.
«Estas medidas, aplicadas conjuntamente, permitem reduções de emissões de partículas à volta dos 50 por cento e reduções de óxidos de azoto de cerca de 20 por cento», acrescenta o texto.
A lavagem de ruas nas artérias mais poluídas de cada concelho pode significar uma redução de emissões até 30 por cento, enquanto, por exemplo, a substituição de lareiras pode chegar aos 16 por cento ao nível dos concelhos.
«As medidas que se relacionam com a gestão do tráfego dos veículos pesados são as mais eficazes em termos de reduções das emissões», refere o estudo, dando conta que a proibição de circulação, a 50 por cento deste tipo de pesados de mercadorias nos centros da cidade, «traz grandes vantagens ao nível da diminuição dos custos externos».
Segundo o presidente da CCDRN, Carlos Lage, «não estamos perante medidas pontuais, trata-se de um dispositivo que se destina a reduzir as emissões destes poluentes até níveis aceitáveis».
O responsável defendeu, por exemplo, a redução da velocidade máxima na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, de 90 para 80 quilómetros/hora, e a instalação de radares em toda a artéria como forma de diminuir a emissão de partículas.
«Aquela via tem um movimento colossal e a emissão de poluentes ali é enorme», frisou.
A CCDRN começará em Setembro a discutir com autarquias, associações de municípios e ambientalistas os planos de acção para melhoria da qualidade do ar tendo em vista a elaboração de programas de execução.
«Teremos que ter o plano de execução pronto até Março de 2008», adiantou Paulo Gomes, sustentando que a partir dessa altura as medidas preventivas entrarão em vigor.
A título de exemplo, Paulo Gomes adiantou que a zona da Boavista, no Porto, ultrapassou, em 2004, 135 vezes os limites legislados de emissões de poluentes.
Já Vila do Conde ultrapassou os limites 124 vezes nesse ano.
Diário Digital / Lusa
06-08-2007 14:42:00

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay