26 de fevereiro de 2008

Dulce Pontes actua em Moscovo a 1 de Março


Dulce Pontes actua em Moscovo pela primeira vez, na Casa Internacional da Música, no próximo dia 1 de Março, foi hoje anunciado.
«Será a primeira vez que cantarei em Moscovo. Este ano estive já na Bulgária, onde fui muito bem recebida. Na Rússia actuarei com a minha banda e irei apresentar essencialmente os temas do meu último álbum, O coração tem três portas», disse a artista à Lusa.
Agendados estão também espectáculos noutros países, nomeadamente, dia 19, no México, no Festival Cultural de Zacatecas e dia 29 no Victoria Hall em Genebra.
«Se pudesse tirava umas férias», desabafou a cantora, que tem tratado de «cada um dos licenciamentos para a edição e distribuição do álbum nos diferentes países».
«A minha empresa, a Ondeia, fez um acordo com espanhola Resistência, e a partir de Espanha estamos a fazer os diferentes contactos», precisou.
A intérprete de «Lusitânia paixão» indicou estar a «relançar» o álbum no mercado nacional depois do desaparecimento da editora Zona Musica, com a qual tinha feito o licenciamento inicial.«O coração tem três portas» foi editado em Novembro de 2006 e inclui dois CD e um DVD em que a cantora, pela primeira vez, «assume em pleno» a produção, propondo uma viagem pela música portuguesa.
«É um trabalho experimental que é um caminho na busca da música pura», qualificou à Lusa Dulce Pontes, afirmando querer «tomar em mãos toda gestão da carreira».
A banda que acompanha a cantora é constituída por Óscar Viana (oboé), Amadeu Magalhães (viola braguesa, guitarra acústica, gaita de foles mirandesa e flauta medieval), José Soares (guitarra acústica), Filipe Lucas (guitarra portuguesa), Paulo Feiteira (viola de fado), Beto Betuk (percussão) e David Zacarias (violoncelo e baixo acústico).
«As três portas são a música popular de Portugal, o fado e a música de Coimbra, onde pesquisei mais e fiz umas subtis ligações à música medieval», explicou a cantora.Entre os temas que interpreta nestes espectáculos conta-se «O meu menino é de oiro», que marca a presença coimbrã.
Nos arranjos, procurou «aproximar» a canção «da música medieval», que admira.
Uma outra área é «a música tradicional portuguesa, que é muito rica» e cujas «sonoridades» gosta de «explorar», tratando-as «com delicadeza nos arranjos».
Da música tradicional surgem neste trabalho temas como «Resineiro», que José Afonso popularizou, ou um remix em que interpreta «Cantiga da azeitona», «São João» e «Aboio».
Na área do fado, Dulce Pontes recupera «Ovelha negra», do repertório de Beatriz da Conceição, «Cigano», criado por Berta Cardoso, «Velha tendinha», de Hermínia Silva, e, do repertório de Amália Rodrigues, «Maldição», «Não é desgraça ser pobre», «Há festa na mouraria» e «É da torre mais alta».
Nestes espectáculos há fados tradicionais que a artista canta com novas letras de sua autoria, casos de «Palhaços encapuçados» e «Passa ou não passa».Para o Verão, tem agendado um conjunto de espectáculos em Espanha com Estrella Morente, o primeiro dos quais a 17 de Julho em Córdova.
Diário Digital / Lusa

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