19 de dezembro de 2008

Douro: Real Companhia Velha cria percursos pedestres



A Real Companhia Velha (RCV) está a organizar percursos pedestres que atravessam duas das principais quintas da maior e mais antiga proprietária do Douro, e levam os visitantes através de vinhas com 70 anos, muros de xisto antigos e encostas com 65 graus de declive.
Pedro Silva Reis, presidente da junta de administração da RCV, foi o guia de um dos primeiros grupos, composto por jornalistas, a percorrer as quintas das Carvalhas e do Ventozelo.
As duas quintas formam um contínuo junto ao rio Douro, onde impera a privacidade, já que não há estradas públicas, e a beleza do coração da paisagem classificada como Património Mundial da Humanidade.
«Temos várias possibilidades de percursos. O conjunto das duas quintas é muito vasto, atinge cerca de mil hectares com mais de 50 quilómetros de caminhos dentro da propriedade a propor», salientou.
A RCV tomou posse da Quinta do Ventozelo a 28 de Agosto, concretizando assim um sonho com 50 anos por parte dos seus proprietários. O programa proposto pela RCV custa 30 euros e inclui os passeios, almoço tradicional e provas de vinho.

Segundo Pedro Silva Reis, os percursos podem ser definidos em função de cada grupo, dependendo da idade, vontade de caminhar e até da sua coragem: é que algumas das vinhas estão plantadas em encostas com 65 graus de inclinação.
O responsável destaca dois pontos de «excelência» para a observação da propriedade, nomeadamente o monte das Carvalhas, que está a 600 metros de altitude e onde se desfruta de uma paisagem a 360 graus, e o monte de Ventozelo, onde se desfruta de uma paisagem a 180 graus.
A RCV está apostada em divulgar o Douro de Inverno e fugir à sazonalidade que caracteriza este território, que regista picos de visitantes na época das vindimas.
«Nós não temos uma vocação hoteleira, nem queremos ter, e por isso pensamos numa outra forma de abrir as portas aos turistas», explicou.
A solução encontrada pela empresa para dinamizar o Douro e criar actividades que entretenham os turistas é, segundo o responsável, «simples e ecológica».


«As caminhadas são forma mais espectacular e mais actual de se desfrutar do campo e da montanha, da paisagem duriense e da gastronomia da região», salientou.
Pedro Silva Reis quer proporcionar aos visitantes a possibilidade de verem o Douro por dentro, todo o ambiente de quinta, com os trabalhos da vinha como a poda, a escava ou a apanha da azeitona ou a reconstrução dos tradicionais muros de xisto, e os melhores ângulos da paisagem duriense.
Pela Quinta das Carvalhas estão ainda espalhados espaços-jardins, que foram construídos com pedras de granito antigas e esteiros de xisto e onde foram plantadas várias plantas e ervas.
Pedro Silva Reis diz que a empresa inventou ainda um sistema de valetas à base de xisto, que contorna a estrada e foi pioneira em acabar com o pó na quinta, tendo para o efeito asfaltado oito quilómetros de caminhos nas Carvalhas.


A caminhada nestas duas propriedades dá uma amostragem do Douro e do que ele tem de mais belo para mostrar. Dificilmente num outro ponto do Douro se consegue ver tanto em tão pouco tempo», frisou.
Por enquanto as caminhadas serão sempre acompanhadas com um guia, mas, segundo o responsável, depois de instalada a sinalética nas quintas, as visitas poderão ser feitas individualmente.
Apesar de já ter mais de 250 anos de existência, a RCV é uma empresa apostada na inovação e por isso mesmo criou a «Caipiroyal» um «conceito inovador e moderno» com objectivo de «aproximar» o vinho do Porto da juventude, que é feita com Royal Oporto Extra Dry White, com gelo picado, açúcar, limas e fruta à escolha (morango, ananás ou limão).


Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay