O sistema de classificação, as formas de apresamento e trato, as crendices, as expressões, as estórias e a produção artesanal se constituíram nos objectos principais desta pesquisa sobre as aves da região fluminense.
Através de depoimentos, poesias, ditados, provérbios e crendices, buscou-se apreender todo o dinâmico campo do saber da relação homem/ave, que é merecedor de registro.
Ao atribuir às aves caracteres que são próprios dos seres humanos, ao classificá-las em aziagas ou alvissareiras, o homem, ao mesmo tempo que ordena a natureza, cria um repertório que procura explicar seus próprios infortúnios e êxitos.
Assim como formas de comportamento, tipos e características humanas são imputadas às aves, dando-lhes cultura e humanidade, a observação dos seus hábitos tem gerado preceitos éticos e morais que se revelam em estórias, crendices, expressões e cantigas do povo.
O amor aos pássaros, ao seu canto, à sua beleza, a curiosidade sobre seus costumes e a admiração que despertam têm feito com que o homem busque, se não copiá-los reproduzindo o magnetismo que há nas aves, pelo menos eternizá-los através da literatura e do artesanato.
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