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O canto do Canário Timbrado, Canário Harz Roller, do canário Malinois e outros canários..
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António Victorino D’Almeida, por exemplo, é autor de 29 partituras em grande parte desconhecidas do público, ou porque só foram tocadas uma vez, ou porque nunca chegaram a ser estreadas.
Será justo lembrar que a carência de orquestras verdadeiramente sinfónicas no nosso país tem sido um dos assuntos pelos quais o compositor português mais se tem batido, conquanto os resultados práticos dessa luta nunca se pudessem até hoje considerar minimamente satisfatórios. Todavia, e como o compositor sempre defendeu, bastaria um pouco mais de organização, boa vontade e consciência cultural, para que esse e muitos outros problemas encontrassem uma solução que integrasse Portugal numa Europa - e até num mundo…- do qual se mantém absurda e pertinazmente afastado.
Bastou que um grande clube como o Benfica desse o exemplo de aceitar que o desporto também é uma forma de cultura e promovesse a realização do concerto “Gala do Benfica” para logo ser possível demonstrar que, para fazer música sinfónica, não é indispensável ir a qualquer lugar do exterior - tal como ainda aconteceu em relação ao cd “Sinfonia Benfica”, gravado na Bulgária, por assumida indisponibilidade das duas únicas orquestras sinfónicas portuguesas oficialmente existentes.
Graças ao apoio inestimável do Benfica e à força de vontade de várias pessoas, começando decerto por António Victorino D’Almeida- que sempre se assumiu como compositor e director de projectos musicais, mas também sempre claro que nem sequer aspira a nenhuma verdadeira carreira como chefe de orquestra… - foi possível juntar em pouco menos de um mês o agrupamento sinfónico que se estreou e que pretende inclusivamente constituir o início de um movimento de fundamental importância para a cultura portuguesa. Trata-se inequivocamente de abrir um precedente histórico - e seria bom que isto servisse de exemplo a toda uma série de instituições estatais ou privadas que vivem a adiar soluções e a alegar impossibilidades fatais…
Como dizia Beethoven, “há que agarrar o destino pela garganta”...
