2 de agosto de 2011

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O contador Geiger não rebentou, mas a sua escala foi insuficiente para dar a medida da radiação existente em Fukushima, cinco meses depois da catástrofe causada por um tsunami. A empresa que operava a central nuclear continua a apregoar o objectivo de estabilizar o reactor até janeiro, mas a descoberta do nível de radiação levanta a pergunta sobre a segurança dos trabalhadores envolvidos.

A radiação medida pelo contador atingiu o valor máximo que ele consegue registar: 10 sieverts. O correspondente da televisão qatariana Al Jazeera cita o município de Ibaraki como tendo comentado essa medição em tom do maior alarme: uma radiação de 10 sieverts é "fatal para seres humanos".

A Tepco (Tokyo Electric Power Company), que operava a central sinistrada, admitiu hoje que, num dos locais onde se fizeram medições, estas resultaram neste valor, que causa a morte de um ser humano após escassos segundos de exposição.

A empresa afirmou no entanto que mantém o objectivo de estabilizar os reactores de Fukushima até janeiro do próximo ano. A questão que fica de pé é a de saber como será possível proceder às operações necessárias, se o nível de radiação agora detectado ameaça a vida dos trabalhadores.

O porta-voz da Tepco, Junichi Matsumoto, citado no site de Al Jazeera, minimizou o significado da revelação, sustentando que "a elevada radiação foi descoberta numa área que não afecta os esforços de recuperação da central". Mas o professor Kenji Sumita, da Universidade de Osaka, adverte a este respeito que "considerando isto [nível de radiação detectado], os trabalho de recuperação da central não devem ser acelerados para cumprir calendários e objectivos que possam pôr os trabalhadores em perigo".

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay