1 de março de 2012

Seca agrava-se depois de Fevereiro mais seco dos últimos 80 anos


A quantidade de precipitação em todo o país no mês passado foi mínima: apenas 2,2 milímetros, contra cerca de 100 milímetros de valor médio. Nunca choveu tão pouco em Fevereiro desde que há séries fiáveis e comparáveis de registos meteorológicos. Mesmo em 2005, data da última grande seca no país, choveu mais: 19,7 milímetros.
 
Neste momento, a seca meteorológica, medida essencialmente pela quantidade de precipitação, já é pior do qualquer outra situação semelhante na mesma altura, inclusive a de 2005, data da última grande seca no país. Há sete anos, 77% do território continental estavam sob seca “severa” ou “extrema” – os níveis mais graves da escala utilizada pelo Instituto de Meteorologia.


Agora, são 100% – 68% em seca "severa" e 32% em seca "extrema". A situação piorou desde 15 de Fevereiro, data do penúltimo balanço, quando havia 25% do território em seca "moderada", 70% em seca "severa" e 5% em seca "extrema".
Apesar da seca meteorológica ser já pior do que a de 2005, naquela altura as barragens estavam mais em baixo do que agora – pois a falta de chuva já vinha do ano anterior. 

 
Das 57 albufeiras monitorizadas pelo Instituto da Água, seis estão agora abaixo de 40% da sua capacidade – Arade (27%) e Funcho (30%), no Algarve; Paradela (39%), na bacia do Cávado; Vilar-Tabuaço (23%), no Douro; Alto Lindoso (36%), no Lima; e Vale do Rossim (8%), no Mondego. No outro extremo, há 16 albufeiras a mais de 80% da sua capacidade.
Em Fevereiro de 2005, era o contrário: havia apenas sete barragens com mais de 80% de água e 14 estavam abaixo dos 40%. 

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