19 de julho de 2012

Canarinho-da-Terra é eleito símbolo do Oscar da Ecologia 2012



Personagem presente na história de vida de quase todos os brasileiros, principalmente nas lembranças de quem já viveu no interior, ele tem vários nomes: Canário-chapinha, Coroinha ou Cabeça-de-fogo, em Minas. Canário-do-chão, na Bahia. Canário-da-telha, em Santa Catarina. Canário-verdadeiro ou Canário-da-terra, mais universal, em quase todo o Brasil, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em grande parte da América-Latina.

Seu nome científico é Sicalis flaveola brasiliensis, da ordem dos Passeriformes. Uma das aves mais admiradas pelas pessoas, por causa do seu canto triste e estalado. E por isso mesmo, até pouco tempo atrás, antes do advento da consciência ecológica, segundo listagem do Ibama, um dos dez passarinhos mais aprisionados em gaiola ou mortos a estilingadas por viverem em bandos e, em sua inocência, mais se aproximarem dos seres humanos.
Soma-se ainda um de seus nomes de sentido duplo: Canário-da-Terra, do chão, da roça, do sertão, do cerrado e da mata atlântica brasileira. E Canário-da-Terra, significando a realidade, luta e sobrevivência de todas as espécies aladas no Planeta.

Estes foram os motivos que levaram os ambientalistas a escolher o saudoso e afetivo canarinho amarelo, tal como a cor da camisa da Seleção Brasileira de Futebol, como o símbolo do “III PRÊMIO HUGO WERNECK DE SUSTENTABILIDADE & AMOR À NATUREZA 2012 – o Oscar da Ecologia” – cujas inscrições já estão abertas até 30 de setembro. Os vencedores deste ano serão conhecidos no dia 28, lua cheia de novembro, no Teatro do Sesc Palladium, em BH, durante cerimônia de gala a ser presidida pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Símbolo vital
Por sua beleza e capacidade de sobreviver em ambientes extremos, inclusive à própria contaminação da natureza por agrotóxicos utilizados sem controle na lavoura até pouco tempo, o Canário-da-Terra também simboliza a luta pela economia verde e a erradicação da pobreza abraçada pelos governos, empresas e ONGs socioambientais na Rio+20. Segundo os promotores do Prêmio Hugo Werneck, capitaneado pelo jornalista e ambientalista Hiram Firmino, sua lembrança permite um resgate do amor ao planeta, à vida mais natural no campo e seu retorno também urbano, junto à ecologização em curso das cidades, onde 90% da humanidade estarão morando até o final do século.

Jan Kubelik plays "Zephyr" by Hubay