Personagem presente na história de vida
de quase todos os brasileiros, principalmente nas lembranças de quem já
viveu no interior, ele tem vários nomes: Canário-chapinha, Coroinha ou
Cabeça-de-fogo, em Minas. Canário-do-chão, na Bahia. Canário-da-telha,
em Santa Catarina. Canário-verdadeiro ou Canário-da-terra, mais
universal, em quase todo o Brasil, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e
em grande parte da América-Latina.
Seu nome científico é Sicalis flaveola
brasiliensis, da ordem dos Passeriformes. Uma das aves mais admiradas
pelas pessoas, por causa do seu canto triste e estalado. E por isso
mesmo, até pouco tempo atrás, antes do advento da consciência ecológica,
segundo listagem do Ibama, um dos dez passarinhos mais aprisionados em
gaiola ou mortos a estilingadas por viverem em bandos e, em sua
inocência, mais se aproximarem dos seres humanos.
Soma-se ainda um de seus nomes de
sentido duplo: Canário-da-Terra, do chão, da roça, do sertão, do cerrado
e da mata atlântica brasileira. E Canário-da-Terra, significando a
realidade, luta e sobrevivência de todas as espécies aladas no Planeta.
Estes foram os motivos que levaram os
ambientalistas a escolher o saudoso e afetivo canarinho amarelo, tal
como a cor da camisa da Seleção Brasileira de Futebol, como o símbolo do
“III PRÊMIO HUGO WERNECK DE SUSTENTABILIDADE & AMOR À NATUREZA 2012
– o Oscar da Ecologia” – cujas inscrições já estão abertas até 30 de
setembro. Os vencedores deste ano serão conhecidos no dia 28, lua cheia
de novembro, no Teatro do Sesc Palladium, em BH, durante cerimônia de
gala a ser presidida pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Símbolo vital
Por sua beleza e capacidade de
sobreviver em ambientes extremos, inclusive à própria contaminação da
natureza por agrotóxicos utilizados sem controle na lavoura até pouco
tempo, o Canário-da-Terra também simboliza a luta pela economia verde e a
erradicação da pobreza abraçada pelos governos, empresas e ONGs
socioambientais na Rio+20. Segundo os promotores do Prêmio Hugo Werneck,
capitaneado pelo jornalista e ambientalista Hiram Firmino, sua
lembrança permite um resgate do amor ao planeta, à vida mais natural no
campo e seu retorno também urbano, junto à ecologização em curso das
cidades, onde 90% da humanidade estarão morando até o final do século.
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