27 de setembro de 2018

Castelo de Beja

Apesar de ter sido implantado num local que já é ocupado por humanos desde os tempos pré-históricos e que é citado nos escritos de Políbio e Ptolomeu, datados do séc. II a.C., a fortificação do Castelo de Beja foi construída durante a invasão da Península Ibérica pelos romanos, por se situar num local de grande importância regional. Foi aí que Júlio César formalizou a paz com os Lusitanos, dando ao lugar o nome de Pax Julia, uma das três sedes romanas da Lusitânia. É provável que os muros romanos de defesa tenham sido construídos entre o terceiro e o quarto século d.C.
Situado no Alentejo, na cidade, concelho e distrito de Beja, podemos encontrar o Castelo de Beja, um edifício militar com traços de arquitetura romana medieval e manuelina (Autor: Concierge.2C)
Situado no Alentejo, na cidade, concelho e distrito de Beja, podemos encontrar o Castelo de Beja, um edifício militar com traços de arquitetura romana medieval e manuelina (Autor: Concierge.2C)
Em 1253, a fortaleza encontrava-se já muito arruinada, de modo que D. Afonso III, rei de Portugal, ordenou a sua reconstrução.
Como pode ser observado através da inscrição que se encontra gravada no campo do escudo do brasão de Portugal Antigo, uma das torres da muralha da cidade de Beja foi construída mais tarde, em 1307. Três anos depois, é mandada construir por D. Dinis a torre de menagem.
No início do século XVI, o rei D. Manuel I ordenou que se realizassem grandes obras de beneficiação, sendo muito provável que a abóbada polinervada que existe no segundo piso tenha sido construída nessa altura.
Na segunda metade do século XVII, é realizado o projecto de reforço do castelo, através de baluartes, pelas mãos de Nicolau de Langres.
Com o fim das ameaças de invasão por parte dos povos vizinhos, o Castelo de Beja viria a perder a sua importância militar, de modo que, em 1790, parte da muralha acaba por ser demolida para que os seus materiais fossem reutilizados na construção de uma nova igreja do Colégio dos Jesuítas, que serviria de sede do Paço Episcopal.
Na segunda metade do século XIX, assistiu-se a obras de construção e de demolição de partes do conjunto arquitetónico que compunham o Castelo de Beja. Por exemplo, em 1867, foi reconstruída a Porta de Moura, mas dois anos mais tarde, em 1869, viria a ser demolida a Porta Nova de Évora. Em 1893 foi também demolido o arco romano da Porta de Aviz e a Ermida de Nossa Senhora da Guia.
Já no século XXI, a 16 de março de 2004, a DGEMN abriu um concurso para as obras de conservação na zona do Castelo de Beja, tendo em Setembro de 2005 sido elaborada a Carta de Risco do imóvel, pela mesma DGEMN. Em fevereiro de 2008, deu-se início a uma série de escavações arqueológicas por parte da CMB.
O Castelo de Beja encontra-se classificado como Monumento Nacional.

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